Projeto “Extraclasse Social: Cartas Trocadas nas Grades da
Democracia”
Série: 3º D,
Matutino, Grupo 2:
Beatriz-2, Bruna-4, Isabela-18, Isabelle-19, Thayná-36.
Questão 5: Entrevista com
Sonara, Diretora do Centro de Ensino Médio 02 de Planaltina-DF.
1): Quantos casos de
uso de drogas são identificados em nossa escola por bimestre? A escola tem essa
estatística?
Sonara: Nós
tivemos até agora quatro casos de uso de drogas confirmados. Os pais foram
chamados e confirmaram essa suspeita da escola. Nós não podemos acusar um aluno
de estar usando drogas, falamos para os pais o que a gente está observando como
comportamento diferente; se os pais têm alguma coisa para nos relatar,
geralmente são os pais mesmo que fazem essa confirmação.
Diante
dessa confirmação fazemos um encaminhamento do aluno. Quando a família e o
aluno aceitam porque não é uma coisa obrigatória. Nós fazemos o encaminhamento
para ajudar porque essa é uma orientação da Secretaria de Educação. Encaminhamos
o aluno para o acompanhamento no Adolescentro. E é diante do que foi observado
no Adolescentro que o aluno é encaminhado para o tratamento ou não porque é
essa parte que a gente pede para a família porque sem o aluno ter o
acompanhamento fica difícil para a gente trabalhar isso dentro da escola. E aqui
dentro da escola nós também começamos a fazer um trabalho. E nas turmas que a
gente identifica esse aluno, primeiramente, começamos a fazer um acompanhamento
com ele no SOE, que é um Serviço Especializado, e outra coisa que fazemos é o
projeto de prevenção ao uso de drogas na escola, e esse projeto vai intervir
justamente nessas turmas que a gente percebe que tem um ou outro aluno que tem
esse comportamento.
É
muito difícil confirmar o uso de drogas entre alunos aqui na escola. Nós só
tivemos um caso nesses cinco anos que estou aqui na Direção. Nós pegamos o
aluno utilizando drogas. Nos outros casos nós tivemos suspeitas. Mas como não
temos câmeras dentro dos banheiros, que é onde percebemos que pode haver o
consumo, fica muito difícil de fazermos essa abordagem no aluno. Quando fazemos
essa abordagem, conversamos com o aluno como suspeita; perguntamos para ele
sobre seu comportamento; é claro que o aluno que faz o uso de drogas tem alguns
sintomas, apresenta algumas características diferenciadas, e o professor
observa na sala de aula, passa para nós e encaminhamos para o SOE.
E
é diante desse acompanhamento que comunicamos a família; e geralmente é a própria
família que certifica isso para nós. Então é onde nós oferecemos todo o
acompanhamento. Encaminhamos o adolescente para o psicólogo, encaminhamos ao
CAPS, que também faz o acompanhamento de alunos que tem medidas socioeducativas
e também o uso de drogas e que estão em situação de risco, que chamamos de
vulnerabilidade social. A escola tem essas estatísticas.
2): Qual o turno onde mais
ocorre situações vinculadas a drogas em nossa escola?
Sonara: Por
incrível que pareça, em 2014, o turno que mais tivemos foi o Matutino.
3): O que a Direção do
Centro 02 tem feito para combater o uso de drogas dentro da escola e nos
arredores?
Sonara: Dentro
da escola nós temos feito um acompanhamento grande dos nossos alunos em
observação; já temos um controle muito grande de saída da sala de aula pelos
nossos alunos, e durante o intervalo tem sempre dois coordenadores
observando. Nós temos servidores que
observam os alunos na utilização dos banheiros. Há uma vigilância maior
principalmente com aqueles alunos que já temos a confirmação do uso de drogas;
e o acompanhamento deles se faz pela equipe especializada do SOE.
4):
Mas
esse acompanhamento vem depois que descobre, não tem um que previne?
Sonara: O
que estamos fazendo de prevenção é um projeto contra o uso de drogas com a
participação de alguns professores do Matutino, Vespertino e Noturno. Nós temos
professores fazendo alguns cursos que a Regional de Ensino oferece durante o
ano. Vanusa, Karley, Tatiana e Matias são alguns dos professores que fazem
esses diversos cursos. Esse assunto também é trabalhado no conteúdo de Biologia
no 1º ano. E nós orientamos nossos professores de Biologia a trabalhar isso de
uma forma mais tranquila em sala de aula porque falar sobre drogas depende
muito da abordagem que você utiliza porque o aluno do ensino médio é bem
informado.
Nós
temos a tarde o professor de Educação Física que está trabalhando num projeto
dentro de suas aulas. Nós temos a noite também um professor de Biologia que
está trabalhando com os alunos dentro do conteúdo dele. Durante o dia nós orientamos
todos os professores de Biologia a trabalhar; fazer uma abordagem mais dos
sintomas, das consequências biológicas das drogas... E como estava falando, nosso
aluno é muito bem informado.